segunda-feira, 13 de março de 2017

Não acredito jamais em literatos, literatura, porra - Manoel Tavares Rodrigues-Leal

Não acredito jamais em literatos, literatura, porra
para os poetas que aforram sua meninice e amor intransmissíveis.
Que embarque quem puder em teias adversas de versos! Porra, mil vezes porra para a obra
do empregado em poesia e que se apaixona por volúveis raparigas.
Minha merda mais íntima, que sofras, que sorvas a obra que não é obra, mas cobra, porra.
Apodrece o epitáfio do poeta e, seráfico, aguardo um anjo. Não me abandones na monótona realidade ou no manicómio. Não me deixem! Acordei menino, porra, para aquela antiga fotografia entornada na mesa do tempo. E que o tempo me foda!...




Inédito de Manoel Tavares Rodrigues-Leal – Lx. 19-6-76



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