segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Questões com José Trindade Santos







Luís de Barreiros Tavares: Poderemos encontrar como que um «ao mesmo tempo» prévio em o «que é» (ou «o [nome] que é») parmenidiano (embora este não implique o tempo, conforme o José afirma) relativamente ao, digamos, «ao mesmo tempo» do princípio de não contradição aristotélico? Princípio que, de alguma maneira, remete para semânticas de «o que é» na obra do estagirita. Para  manter a tensão da questão não irei alargar-me neste ponto («o que é» em Aristóteles); ele exigiria alguns desenvolvimentos. Todavia, não quero dizer que sejam a mesma coisa, nem pretendo confundi-los. Daí o «prévio». É que, sendo assim, talvez essa seja uma das vias (disse «uma das ...») para melhor compreender a antepredicatividade em Parménides...

26/9/2013

-

José Trindade Santos: Não estou certo que a relação com Aristóteles dê frutos, antes de abranger todo o Platão. Para mim, "o tempo" é uma das dimensões da identidade eleática. Mas não é ela que me atrai.

26/9/2013

-


sábado, 7 de setembro de 2013

Encontros - Manoel Tavares Rodrigues-Leal (poeta) e José Manuel Boavida dos Santos (filósofo)





(à Ana)

lugar grave em que , táctil, te inscreves,
celebrando as sombras, que, efémeras e aéreas, teces.
que praia imperfeita rasa o pranto do olhar,
na ciência divina em que te esqueces.

Setúbal-15-6-75
Molêdo do Minho, com o José Manuel Boavida dos Santos

Do caderno Da Periferia do Corpo

-

Ao Zé Manoel dos Santos
(José Manuel Boavida dos Santos)


Homenagem a Nietzsche


Aguarda-se o grande perpendicular meio-dia, símbolo
de alta beleza, juventude pagã: o caminho conduz-nos ao anel da noite acordada.
De ermas ruínas imemoriais e humanas da noite núbil, suspensa, surgirão a nova antiquíssima
manhã da nossa doçura divina: humana e sublimemente supra-humana.


Setúbal-10-6-73
Manoel Tavares Rodrigues-Leal












José Manuel Boavida dos Santos (José Manuel Santos - filósofo) e Manoel Tavares Rodrigues-Leal (poeta), na cervejaria Trindade petiscando uns camarões e bebendo umas imperiais, provavelmente em princípios da década de 80 do século passado.

"Eu [Manoel] e o José Manuel dos Santos (José Manuel Boavida dos Santos - actualmente professor de filosofia na Universidade da Beira Interior - UBI), tínhamos um projecto para abrir uma livraria e tabacaria no belíssimo café Londres em 1972. Mas entretanto foi-lhes comunicado pelos patrões do café que o espaço tinha sido vendido ao Banco Espírito Santo. Por esta altura estava lá sempre o João César Monteiro e a Margarida Gil."

"Manoel Leal (era assim que eu o tratava). Convivi bastante com ele num período que vai de fim de 1969, quando o conheci num café do Areeiro, a Maio de 72, altura em que saí de Portugal. Regressei em 1994; no intervalo vim muito raramente a Portugal, com estadias muito curtas de alguns dias. Encontrei-me com o Manoel, nestas curtas estadias, duas ou três vezes; uma vez em Paris. Depois de 94 encontrámo-nos uma ou duas vezes. O Manoel era um amigo exigente e difícil. No período 69-72 foi alguém muito importante para mim, que me marcou muito, e que estimei muito. Retrospectivamente, penso que o meu afastamente, depois do meu regresso, foi sobretudo motivado pelo desejo de não "perturbar" a memória do período 69-72, em que a nossa relação foi profunda. Estou consciente que, para um observador externo, esta atitude parecerá egoísta."


(testemunho de José Manuel Santos - por email - 17/08/2017)


Curriculum de José Manuel Boavida dos Santos: