sexta-feira, 7 de abril de 2017

LONGES - um poema de Paul Celan



Olhos nos olhos, no ar fresco,
comecemos também este jogo:
juntos,
vamos respirar o véu
que nos oculta um do outro,
quando o dia que desce se prepara para medir
a distância que ainda vai
de cada forma que ele assume
a cada forma
que a nós dois emprestou.
-

Trad. João Barrento


Paul Celan, Sete rosas mais tarde, trad. Yvette Centeno e João Barrento, Lisboa, Cotovia, 2006, p. 45






QUE AZUL ONDE SE VIVE - um poema de Fernando Echevarría



Que azul onde se vive
a paz. O peso
é a superfície
de nós sem tempo.
E a brisa o único limite
a situar objectos.


Fernando Echevarría, Sobre as Horas, Livraria Morais Editores (círculo de poesia), Lisboa, 1963, p.35.