Poemas Manoel Tavares Rodrigues-Leal publicados no nº 18 da Nova Águia – Outubro 2016
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Eros Frenético
Para Ana Hatherly
(1929-2015)
Este eixo exacto
de sexo sobre sob
O qual sobrevoa
um peixe impaciente de prata.
Apresenta-se
ausente.
Oh “Umbigo dos
limbos” (ARTAUD), de oblíquos e opulentos espelhos, brancas asas
De ave
coincidente.
Lx. 8-11-74
Manuscrito de Eros Frenético
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Colhes a flor fugidia, esculpida nos sons antigos da harpa do tempo:
Templo tangente e antigo como o teu poema, como o fogo de uma ferida; transparente, Cecília, te celebro e de ti me lembro.
Lx. 16-10-73
“... – Em que
espelho
Ficou perdida a
minha face?” (Cecília Meireles)
a juventude mansa
e anónima de um quotidiano antiquíssimo emerge:
pequena paz lisa
que emigra para espelhos suspensos e atentos e que, (Cecília Meireles) no
exílio te elege.
Lx. 3-2-74
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A Ricardo Reis
as ondas de odes
de um livro, longe,
lógico,
mansamente lírico: Ricardo Reis.
e de sua loucura
e de Lídia vos lembreis,
em sua ausência,
a de Pessoa: que ele vos em vãos sonhos sonhe.
Lx.24-1-77
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Manoel Tavares Rodrigues-Leal à esquerda na foto, com um amigo - finais dos anos 60 ou princípio de 70 do século passado em Versailles...
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