Ao Mário de Sá-Carneiro
Ninguém caminha pela estreita estrada do real.
Só, transeunte, cansado da vigília dos deuses…
Além, uma praia acesa, morada, tem mais beleza.
O que sofro, e não finjo, boca baça, usura, quem o
sabe?
Há uma rara nobreza no que calo ou no que resvala, e
digo.
Será mera dor astral, um manicómio? Sei, sei
Que é simples o sexo do meu sofrimento complexo.
Um naufrágio da vida, heráldico, como o do MÁRIO.
A apresentação de um poeta só exige o simples senão
de tudo:
Paixão, lupanar, uma rosa adolescente, de
imaginação, poente e produto.
Manoel Tavares Rodrigues-Leal - do caderno de inéditos “ O
Umbigo da Beleza” 1976) …
(Alguns poemas deste caderno constam on line)
Manoel Tavares Rodrigues-Leal - anos 80 do séc passado...
Fotografia de Luís de Barreiros Tavares
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