L.B.T. : Se tiverem
para si alguma pertinência estas questões:
Parece-me
haver um sentido interrogativo originário (ou elementar?), se assim posso
dizer, relativamente à antepredicatividade, nomeadamente em Parménides. Mas
terei de ler muito mais.
Este sentido
interrogativo parece-me manifestar-se numa prévia articulação, que por ora não
sei explicitar melhor, de afirmação e negação, aonde se poderá precipitada e
erroneamente supor uma fusão e confusão, uma visão híbrida, digamos, entre
estas duas instâncias. Porquê? Porque esta visão híbrida de afirmação e
negação, deve-se, talvez, a pensar-se aquele sentido interrogativo com base num pensamento
predicativo, categorial, onde, segundo Aristóteles, como ponto de partida, o
predicado (kategoroumenon) de uma proposição (protasis) é o que se afirma ou se
nega de um sujeito...
Quer dizer que haverá um estádio interrogativo aonde a relação afirmação / negação difere daquela que é considerada predicativamente.
Quer dizer que haverá um estádio interrogativo aonde a relação afirmação / negação difere daquela que é considerada predicativamente.
Assim, e
tentando ser breve:
1. Em
"o que é" (to eon) de Parménides poder-se-á falar de um
sentido interrogativo, suspendendo, enquanto antepredicativo, o predicativo?
2. Em que
medida este possível sentido interrogativo é condição de possibilidade para o
antepredicativo enquanto prévio à afirmação e negação no plano predicativo?
Desculpe-me
algumas eventuais imprecisões e... confusões...
A mensagem
era para ir só com o que vai nos pontos "1." e "2."
20/05/2013
-
J.T.S. : As suas
considerações iniciais são confusas. As perguntas, pelo contrário, bem claras!
Passo a uma breve resposta.
1. Em
"o que é" (to eon) de Parménides poder-se-á falar de um
sentido interrogativo, suspendendo, enquanto antepredicativo, o predicativo?
Não há
suspensão! O logos predicativo ainda não foi estruturado. A noção de onoma
(nome) não é equivalente à de Platão, no Sofista.
2. Em que
medida este possível sentido interrogativo é condição de possibilidade para o
antepredicativo enquanto prévio à afirmação e negação no plano predicativo?
O logos
ap não afirma nem nega! Nem sequer refere: o nome é um aspecto da coisa (não há
cisão entre eles, menos ainda ‘significação’). Veja Sof. 261-264 para
perceber o alcance da reformulação platónica!
21/05/2013
-
L.B.T. : Já irei
consultar Sof. 261-264.
Mas só mais
uma pergunta, para já:
Como
confronta o espanto, admiração, espectáculo (thauma), de que fala
Aristóteles - diria que também pode entender-se como "exclamação" -,
com o antepredicativo "to eon" (o [nome] que é) de
Parménides?
21/05/2013
-
J.T.S. : Não vejo
relação. Para thauma, v. Platão Teeteto 155d (além de Arist. Met. A2:
o espanto é "as coisas serem como são"). Nos dois, o
"espanto" parece ser gerado pelo envolvimento do 'saber' com o 'não
saber'. O contexto é claramente predicativo, embora em Platão (Mén. 85-86)
o saber surja "como num sonho".
21/05/2013
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