sobre o poema em hélice
(combustão de beleza)
propuz-me o exílio, minha boca de aranha.
alheio estar
alma e recolhimento
e o esplendor do dia brilha ausente
secreto consentimento
alheio vivo fito núvens de pele
sob um lençol de luz,
caminhamos sobre a pele da praia.
em que ausente perfil jovem,
morre um deus exacto.
(à Maria)
A mulher respira seu anátema de amor, seu amor matinal. Oh matinal rio de memória fluindo entre as rugosas margens do pensamento. Sémen, talvez a mulher pense nos cus do céu: seu amante, vírgula de azul. É o seu culto de beleza que condu-la à ascese. Aqui nasce a solidão mais abrupta: a mulher respira meu pénis e eis-me castrado.
Lx. 8-9-78
espelho do tempo insone,
o sou. como um revólver. tempo
cúmplice, interdito. oh eu espero
a tarde antiga a singela mão
a escrever, irradiante, o poema zero.
Senhor, abençoái-me a luz
que se derrama em a fímbria das manhãs
decepadas quando se inaugura a paisagem do poema inicial.
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