Um poema inédito (2ª versão), de 1976, evocando o filme “Blow-Up” (1966), de Michelangelo Antonioni…
“Blow-Up”
São os jardins primordiais e deslumbrados
E seus mitos efémeros, e as longas áleas nimbadas de buxo.
E os abraços, beijos demorados e quentes e perturbados.
E à noite, ermo o jardim, como se tecem festas, como abuso
Do areal do luar que nos ensina, amantes, amados, seu brilho
profuso.
Passeemos, sob a liberdade do luar, em as áleas passeemos,
E inventemos uma nova lua – loucura de quem ama o luar, de
novo passeemos.
Que linda loucura, a traçámos, porventura delicados e
castos.
E quando abdico de loucura, mergulho em ígneas bocas de
tempo e sua usura, saturados.
Manoel Tavares Rodrigues-Leal
Lx. 31-8-76
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