(Talvez, sem endereço,
à São)
Em estilo telegráfico,
componho este poema:
Stop. O litoral da
escrita é barbárie, stop.,
E beleza, stop. Quem
se busca intacto, stop.,
Fica interrompido [“stop”],
é efémera metáfora, stop.,
E o […] vulto feminino
debruça-se, stop., sobre
O mapa do poema, stop., que é garganta de grito e saque,
Stop., olha amor, olvidar é tarefa difícil e pobre
Stop., quando se inaugura o néon da madrugada e a sua ruga se cospe,
Stop., o poema, humilhado até ao labor das lágrimas, se despede, stop., talvez de esperma, stop.
Lx. 13-2-77
Inédito de Manoel Tavares Rodrigues-Leal, escrito há 40 anos (ver data)
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